Redução de Gerentes Intermediários nas Empresas

Nos últimos anos, o avanço da inteligência artificial (IA) está mudando profundamente a dinâmica do mercado de trabalho, especialmente na estrutura das empresas. De acordo com uma análise recente da Gusto, empresa que gerencia folhas de pagamento para pequenas e médias empresas, os gestores agora supervisionam quase o dobro de funcionários em comparação a cinco anos atrás. Em 2019, havia pouco mais de três colaboradores por gerente; hoje, são quase seis.

Nich Tremper, economista sênior da Gusto, destaca que essa mudança atinge diferentes setores da economia. Em empresas menores, em vez de substituir um gerente que sai, o habitual é ampliar a responsabilidade dos gestores existentes. Esse fenômeno, chamado de “Grande Aplainamento”, já é visto há anos em grandes empresas de tecnologia, como Microsoft, Amazon, Google e Meta, que vêm reduzindo níveis de gestão para cortar custos e direcionar investimentos para soluções em IA.

As pequenas empresas, principalmente do setor de serviços, como restaurantes e hotéis, foram pioneiras nesse movimento, buscando controlar gastos com mão de obra diante do aumento dos salários e das taxas de juros pós-pandemia. Embora ainda não esteja claro se a IA realmente substitui todo o trabalho dos gerentes, é evidente que o objetivo principal das empresas é a eficiência financeira.

A Influência da IA nas Relações de Trabalho

A adoção de ferramentas de IA nas empresas está alterando a rotina dos funcionários e dos gestores. Estudo recente divulgado na Harvard Business Review mostra que, com o acesso a tecnologias avançadas, os colaboradores passaram a buscar mais apoio das máquinas do que de seus chefes. Por outro lado, muitos supervisores já utilizam sistemas de IA para automatizar tarefas administrativas, liberando tempo para funções estratégicas.

Apesar dos ganhos de produtividade, especialistas alertam que a eliminação de cargos intermediários pode trazer desafios: setores com mais líderes demonstram, segundo a Gusto, maior produtividade entre os times. Assim, é necessário encontrar equilíbrio para evitar a sobrecarga dos gestores restantes e garantir a motivação dos colaboradores.

Educação Abraça a Inteligência Artificial

O impacto da IA não se restringe ao setor corporativo. A área da educação também está passando por uma revolução impulsionada pela tecnologia. Nesta semana, a Federação Americana de Professores (AFT), segundo maior sindicato de educadores dos EUA, anunciou a criação da Academia Nacional de Instrução em IA, em Nova York. Com investimento de US$ 23 milhões das gigantes Microsoft, OpenAI e Anthropic, o centro oferecerá treinamentos práticos para professores aprenderem a utilizar ferramentas de IA no dia a dia escolar, como na elaboração de planos de aula e avaliações.

Segundo Randi Weingarten, presidente da AFT, a iniciativa foi inspirada em outros sindicatos que firmaram parcerias com a indústria para criar centros de treinamento de alta tecnologia. A ideia é promover um ambiente onde educadores e desenvolvedores de tecnologia possam compartilhar conhecimentos sobre o uso ético e eficiente da IA na educação.

Parcerias e Modernização das Escolas

O movimento de modernização nas escolas americanas ganhou força recentemente. A Universidade Estadual da Califórnia passou a disponibilizar o ChatGPT para mais de 460 mil alunos, enquanto o distrito de Miami-Dade começou a implementar a IA Gemini, do Google, para mais de 100 mil estudantes do ensino médio. Após a suspensão de bilhões de dólares em recursos federais para educação, o governo dos EUA passou a incentivar parcerias privadas. Grandes empresas como Amazon, Apple, Google, Meta, Microsoft, Nvidia e OpenAI responderam prontamente, oferecendo tecnologia, treinamentos e doações para instituições de ensino.